quarta-feira, 1 de abril de 2009

Investigação constata que alunos com mais problemas escolares consomem estupefacientes 15 mil alunos do 3.º Ciclo declararam que fumam haxixe regularm


Os estudantes do Ensino Secundário e também do 3.º Ciclo enfrentam mais problemas do que os restantes colegas quando consomem cannabis, seja ocasionalmente, seja frequentemente. E no que toca a estes dois tipos de consumidores, as raparigas levam a dianteira sobre os rapazes, seja no universo do 3.º ciclo (mais de 300 mil alunos), seja no secundário (pouco menos de 300 mil alunos), num total de 600 mil alunos. Estes dados constam do Inquérito Nacional em Meio Escolar, da autoria de Fernanda Feijão e Elsa Lavado, referente a 2001, e que foram ontem apresentados a público no decorrer do Congresso Internacional da Cannabis (ver texto abaixo). Segundo se pode ler no vasto estudo a que o JN teve acesso, cinco por cento dos alunos do 3.º Ciclo experimentaram ou consumiram regularmente cannabis nos últimos 30 dias à data da realização do estudo, o que dá cerca de 15 mil alunos. Quando se passa para o Secundário, a percentagem sobe para os 11 por cento. Foi no Algarve que se registou o maior número de alunos do Secundário que gastaram frequentemente substância. Mas a maior quantidade de alunos do 3.º Ciclo que alguma vez tomou contacto com a cannabis (14 por cento) encontra-se nos Açores, com Faro logo a seguir. Em termos de caracterização dos consumidores de cannabis do 3.º Ciclo (entre os 12 e os 15 anos), eles distribuem-se da seguinte forma: cinco por cento é considerado consumidor frequente (consumo regular), seis por cento é considerado consumidor ocasional (experimentou ou consome esporadicamente) e os restantes (89 por cento) são os não consumidores. No Secundário (15 a 18 anos), os valores são mais assustadores: 11 por cento usam cannabis com regularidade e 15 por cento ocasionalmente. Quanto ao género que mais prefere a cannabis, as raparigas mostraram-se as mais adeptas: elas são 66 por cento dos consumidores regulares do 3.º Ciclo e 61 por cento dos do Secundário. Ocasionalmente a fumar uns charros, as raparigas mantêm a liderança no 3.º Ciclo: 61 por cento, empatando com os rapazes apenas no Secundário. Os fumadores habituais concentravam-se nos 9.º e 10.º anos e as idades mais detectadas foram os 14 e os 17 anos. O estudo também abordou a questão da auto-estima, tendo si-do nos consumidores habituais, quer do 3.º Ciclo quer do secundário, que se encontraram os piores níveis de estima pessoal, com muitos a duvidarem da possibilidade de serem felizes ao longo da sua vida, sendo os mais conformados. Também foram os que apresentaram menor envolvimento com a família, evitando-a, tendo menos controlo por parte dos pais e mais conflitos com estes; Ainda assim são também os menos autónomos, os que apresentavam mais problemas de saúde (pessoal ou de familiares) e económicos (desemprego dos pais, etc). Também se revelaram os mais delinquentes. As notas dos consumidores habituais são, na generalidade mais fracas nos dois universos estudantis: 20 por cento dos alunos do 3.º ciclo tinham notas negativas, embora no secundário apenas dois por cento tivesse negativas.


Números 15000 DE ALUNOS É o número de inquiridos que declarou ter consumido cannabis nos 30 dias anteriores à data da realização deste estudo 66%


DE ALUNAS É a percentagem encontrada pelos investigadores na parte do inquérito destinada a avaliar a prevalência do consumo por género.


Enquanto decorria o Congresso Internacional da Cannabis, o Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT) organizou um fórum, com toda a rede escolar dotada de Internet, sobre a cannabis.E dos 1096 participantes, com idades dos 14 e aos 16 anos, saíram as mais vastas perguntas sobre o tema. Segundo o IDT, os comentários mais frequentes dos intervenientes foram as seguintes: Dúvidas sobre legalidade do consumo; efeitos físicos e psíquicos a longo prazo; importância da influência do grupo de amigos; como podem os pais ajudar; os pais devem ouvir os filhos; diferenças entre drogas leves e drogas duras; como se pode prevenir eficazmente e, finalmente, como se pode ajudar quem consome.


O fórum foi introduzido pelos professores na sala de aula, tendo havido uma discussão prévia entre os alunos das respectivas turmas, que lançaram muitos outros temas a discussão.


Mas só depois de um consenso na sala de aula é que a lista de perguntas definitivas foi lançada para a re-de.


Todas as perguntas e dúvidas foram sendo respondidas online pelo IDT.

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