terça-feira, 24 de março de 2009

Estratégia antidroga da ONU falhou


Na véspera da comissão anual da ONU sobre drogas narcóticas – que terá lugar em Viena de 11 a 20 de Março – um relatório da comissão europeia revelou que a estratégia da ONU sobre drogas nos últimos dez anos falhou miseravelmente. Segundo o relatório, "não se encontraram provas da redução dos problemas globais em relação às drogas durante o período da UNGASS, entre 1998 e 2007". De facto, em algumas regiões, os problemas deterioraram. A produção de heroína, por exemplo, aumentou 120 por cento durante este período de dez anos. Pessoas envolvidas nas campanhas, sociólogos e médicos apontam que a estratégia falhou, com estatísticas que mostram aumentos explosivos tanto da produção, do tráfico e do uso das drogas na última década, como dos custos das novas leis e das suas aplicações sociais, com grande número de detenções. E enquanto os críticos, e mesmo alguns média (!) votam por uma solução mais pragmática, tal como a focagem na redução dos riscos e mesmo na legalização, o director executivo da UNODC, Antonio-Maria Costa (lembram-se dele?), continua a defender a estratégia. Ele avisa que "um mercado criminoso, de incríveis proporções, arrisca questionar o controlo das drogas". Com um aumento da produção, do uso e do tráfico de drogas ilícitas, o slogan ''A drug free world -- we can do it!'', que dominou o lançamento da campanha em 1998, parece agora mais irreal do que nunca. No entanto, apesar do fracasso total da presente estratégia, os membros da ONU pretendem assinar uma declaração para prolongarem a ''guerra contra a droga'' por mais dez anos.

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