quinta-feira, 5 de março de 2009

Estudo relaciona cannabis com cancro


O consumo frequente ou a longo prazo de cannabis pode duplicar os riscos de desenvolver cancro da próstata, segundo um estudo do Fred Hutchinson Cancer Research Center, nos Estados Unidos.
O estudo, publicado na revista especializada Cancer, foi realizado com base em 369 pacientes de cancro da próstata e concluiu que o consumo frequente da droga duplicava o risco de desenvolver a doença em comparação com os homens que nunca fumaram cannaabis.
Os resultados sugerem ainda que a cannabis pode estar associada à forma mais agressiva deste cancro.
Este é o primeiro estudo a analisar, especificamente, a relação entre o uso de cannabis e cancro da próstata. O cancro da prósata corresponde a 5% dos casos de tumores malignos entre os homens, segundo o Instituto Nacional do Cancro, e afecta entre 3 a 5 indivíduos a cada 100 mil. Este tipo de cancro é mais comum entre homens com idades entre 15 e 50 anos e tem elevado índice de cura, principalmente se for diagnosticado no início.
A incidência na Europa e na América do Norte é mais alta do que noutras regiões do mundo, e tem aumentando sem nenhuma razão aparente.
Os factores conhecidos da doença incluem ferimentos nos testículos, histórico familiar, ou a criptorquidia (testículo que não desce para a bolsa escrotal durante a infância).
No estudo, foram entrevistados 369 homens, com idade entre 18 e 44 anos, que haviam sido diagnosticados com cancro da próstata.
O estudo indicou que fumar cannabis aumenta em 70% o risco e que fumar cannabis com frequência ou fumar desde a adolescência aumenta o risco em 100% em comparação com os que nunca fumaram.
Também foi encontrada uma relação do uso da droga com o não-seminoma, um tipo mais agressivo de cancro da próstata, que corresponde a cerca de 40% dos casos e tende a atingir os mais jovens.
Segundo Janet Daling, uma das autoras do estudo, na puberdade os homens estão mais vulneráveis a factores ambientais, como a acção de substâncias químicas encontradas na cannabis, por exemplo.
«Isso é consistente com a conclusão do estudo de maior risco do tipo de cancro da próstata não-seminoma estar particularmente associado ao uso de cannabis antes dos 18 anos», disse.
O próximo passo será estudar mais a fundo as células nos testículos para verificar se alguma delas têm receptores para as substâncias encontradas na cannabis.

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